Ganso mercenário? Que bobagem

Não consigo entender essa cultura do futebol que cobra que jogadores sejam eternos nos clubes de origem. Ainda mais nos dias de hoje em que o futebol é uma profissão, não só uma paixão para quem pratica.

Essa novela que envolveu a transferência de Paulo Henrique Ganso para o São Paulo teve como desfecho mais triste os muros do CT Rei Pelé, do Santos, pixados exatamente no local onde havia uma bela homenagem para Ganso. Os muros do CT, para quem não sabe, são todos desenhados com ilustrações que representam os principais jogadores que ganharam títulos e fizeram história com a camisa do alvinegro praiano.

Isso é triste. Chega a ser patético.

Paulo Henrique é um profissional da bola. E como todo profissional tem total direito de mudar de empresa e/ou escolher um novo destino, seja essa escolha por oportunidade de crescimento ou financeira. É estupidez tratar isso como traição.

Temos vários exemplos no futebol mundial de jogadores que atuaram em rivais.
Vamos a alguns exemplos:

Neto – São Paulo > Palmeiras >  Corinthians >  Santos >  Corinthians
Renato Gaúcho – Flamengo > Botafogo > Flamengo > Fluminense > Flamengo
César Sampaio – Santos > Pameiras > Corinthians > São Paulo
Romário – Vasco > Flamengo > Fluminense > Vasco
Edmundo – Vasco > Palmeiras > Flamengo > Corinthians > Vasco > Santos > Palmeiras > Vasco
Serginho Chulapa – São Paulo > Santos > Corinthians > Santos
Dejan Petković – Flamengo > Vasco > Fluminense > Flamengo

Sem falar em Di Stéfano, que jogou por 3 seleções diferentes: Argentina, Colômbia e Espanha (antigamente era permitido jogar por seleções de diferentes países).

Eu acho tudo isso uma tremenda bobagem.
O certo é o torcedor apaixonado agradecer ao craque pelos ótimos serviços prestados e cobrar a diretoria do clube por não ter feito um plano de carreira suficientemente bom para o atleta continuar a vestir a camisa do time.

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INFORME
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O blog ficará por 12 dias sem posts.
O motivo: férias merecidas e muito esperadas do opinador que aqui escreve quase que diariamente.
Nos vemos dia 08/10/2012
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É isso aí!

Abs!

Sheik, o boleiro que o povo gosta

Fazia muito tempo que estava devendo um post sobre Emerson. Ou seria Márcio? Bom, tanto faz. O que importa é que Sheik vem fazendo com que toda torcida brasileira inveje um pouquinho só o Corinthians e, em temporadas passadas, Fluminense e Flamengo.

Sheik, assim como Edmundo, é o tipo de jogador que está em falta no nosso futebol tupiniquim. Vale lembrar que estou falando apenas do jogador de futebol, deixando de lado questões pessoais.

É impressionante como a marra, a catimba e a malandragem de Emerson deixam o jogo de futebol muito mais divertido. Ele briga pela bola o tempo todo e, sempre que pode, dá uma provacadinha marota no adversário.
Isso deixa o futebol um pouco mais interessante para um povo que precisa diariamente da malandragem brasileira (infelizmente) para viver.

Não consigo entender como Sheik ficou tanto tempo esquecido no mundo árabe. Até entendo que depois de ter sido flagrado, na década passada, na máfia do gato (jogadores com documentação adulterada para poder jogar em categorias mais novas, sendo mais velhos, e para conseguir negociações mais interessantes), ele precisou sumir do mapa para que o fato fosse esquecido. Mas, 10 anos? Precisava de tudo isso? E outra, nesses 10 anos nenhum clube ficou sabendo que tinha um brasileiro enfurnado do outro lado do mundo, jogando muito?

Porque, querendo ou não, o cara chegou ao Flamengo como ninguém, em 2009, e foi peça importantíssima nos títulos brasileiros de Flamengo (2009), Fluminense (2010) e Corinthians (2011), além de ter sido fundamental na conquista da Libertadores 2012 pelo time de Parque São Jorge.

Ahhhhh como eu queria um Emerson Sheik desse vestindo a amarelinha.
Iria dar uma bela sacudida nessa molecada high-society que só quer saber de cabelo penteado, terno Armani e capas da revista Caras. Pena que no seu retiro espiritual, ele se naturalizou e jogou pela seleção do Qatar.

É isso aí.

Abs!